Mercado brasileiro está atrás apenas dos EUA, mas quantidade de profissionais e estabelecimentos credenciados exige mais critérios por parte do paciente
Crédito - Divulgação/Hospital São Rafael |
No ranking da busca pela beleza, o Brasil só perde para os Estados Unidos. Por aqui, foram mais de 2,9 milhões de procedimentos realizados em 2022, segundo a Pesquisa Global sobre Procedimentos Estéticos/Éticos, da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps, na sigla em inglês). O país norte-americano, líder do levantamento, foi palco de 7,4 milhões de todas as cirurgias, o equivalente a 22% do total.
Por aqui, a procura corresponde a 8,9% dos 33 milhões de procedimentos cirúrgicos e não cirúrgicos com foco em mudanças estéticas. Outro dado que chama a atenção é que, no cenário global, a imensa maioria do público interessado nesses procedimentos é composto por mulheres, que correspondem a 85,7% dos pacientes. Para Felipe Villaça, médico especialista em cirurgia plástica e Diretor Técnico do Hospital São Rafael, a procura é um indicativo da tendência do mercado.
“De fato, as mulheres são um público predominante quando se trata de cirurgias plásticas, e isso não acontece só no Brasil. É uma realidade mundial. Mas a procura masculina por esses procedimentos vem aumentando consideravelmente nos últimos anos”, reconhece. “Isso é um forte indicativo que ajuda a explicar por que as mamoplastias de aumento e de redução e também as cirurgias bariátricas são as duas mais requisitadas pelos pacientes”, acrescenta.
No caso do Brasil, a demanda do mercado vai ao encontro da quantidade de profissionais e locais aptos a realizar os procedimentos. Dr. Felipe Villaça admite que isso, por um lado, é positivo, mas também faz acender o alerta sobre os critérios de escolha de quem quer passar por uma mudança estética.
“Há alguns procedimentos que podem ser realizados por profissionais que não necessariamente são médicos capacitados. A habilitação deve ser um pré-requisito, mas a experiência do profissional e a infraestrutura do lugar onde o procedimento será feito também merecem uma observação mais criteriosa”, afirma.
Ele recomenda que os interessados façam uma busca aprofundada dos lugares disponíveis e das pessoas habilitadas e especializadas no respectivo procedimento. A decisão, segundo ele, deve ser ainda mais criteriosa do que comprar um carro ou um imóvel. “Tem gente que analisa melhor para comprar algum desses bens do que colocar a própria vida em risco. Então, além do currículo, é preciso identificar também se o hospital ou a clínica dispõe de todos os recursos necessários não apenas para o momento da cirurgia, mas também para o pós-operatório. E isso deve passar não apenas pela equipe como também pelas instalações e equipamentos que o lugar oferece”, orienta o cirurgião plástico.